quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A afetividade da família como prevenção da violência





Nosso cenário social hoje valoriza grandemente a competitividade, a velocidade da informação e a voracidade com que as pessoas tentam obter seus ganhos materiais e pessoais. Vivemos numa sociedade onde tudo acontece rapidamente com o avanço da tecnologia e, apesar da evolução da informação, por outro lado nos deparamos com uma geração que se relaciona através da intolerância, onde impera muitas vezes o individualismo.
Cabe, portanto, às famílias inicialmente e às entidades educacionais e sociais posteriormente agirem de forma preventiva, com simples medidas que começam dentro dos próprios lares. Se não for a disciplina, o afeto e as ações de incentivo ao altruísmo em oposição a atos de violência familiar, certamente as crianças desta nova geração terão dificuldades em sobreviver de forma emocionalmente saudável nas suas interações sociais.
De acordo com as pesquisas recentes, observa-se que crianças vindas de lares  afetuosos demonstraram
       Maior QI
       Melhor desempenho escolar
       Maior autoestima e autoconfiança
       São mais empáticas
       São mais altruístas
       Têm menor probabilidade de comportamento delinquente ou agressivo
       Respondem melhor à orientação dos pais tornando-se mais disciplinados
Os estudiosos do comportamento humano em pesquisa recente da PUC de São Paulo apontam para outras medidas educacionais, ao contrário das punições físicas e verbais para educar e colocar limites para uma criança; acredita-se que aquelas estimulam a capacidade de empatia e tolerância desta criança para com o seu próximo e podemos citar como medidas eficientes as usadas na sequência do mau comportamento através da orientação, com o mais baixo nível de emoção e o nível mais leve de punição possível:  um diálogo que compreende ou o castigo que corrige: pôr para pensar, mostrando o motivo do castigo, um “gelo” de pai e mãe, mostrando firmemente que a atitude não foi legal. Nunca se esquecendo de adequar o castigo a cada idade: bebês precisam ser contidos num momento de fúria e crianças pequenas costumam sentir muito medo de ficarem sozinhas num quarto escuro; ou seja, deve-se ter bom senso e amor, até mesmo no momento de corrigir a criança.
As pesquisas demonstram ainda os efeitos negativos da punição física e verbal a curto e longo prazo para o desenvolvimento infantil, a seguir:
       Interrompe apenas momentaneamente o mau comportamento
       Criança desenvolve conceito negativo de si
       Desenvolve baixa autoestima
       Poderá remoer mágoas e alimentar sentimento de vingança
       Poderá tentar revidar a agressão
       A criança poderá reproduzir o comportamento adulto de resolver problemas e conseguir que as pessoas façam o que ele quer através da força física
       Mau exemplo dos pais: este arruína seu próprio valor positivo ao juntar sua presença com o evento doloroso da punição física
       Criança tende a se afastar do agressor
       Se a criança bater ou agredir colegas (bullyng), o adulto não terá moral de dizer que é errado, referências confusas
       Mensagem emocional subjacente forte: raiva, rejeição, irritação, aversão pela criança
Podemos concluir que é possível preparar os filhos para criarem um cenário menos violento e mais saudável através de atitudes dos pais, ensinando e valorizando o comportamento afetivo na criança; esta terá grandes chances de apresentar um comportamento mais equilibrado perante a família e influenciar positivamente o meio social.

Referências
Boyd, D., e Bee, H. (2011). A criança em Desenvolvimento. 12. ed. – Porto Alegre, Artmed
Cukier, Rosa (1998). Sobrevivência Emocional. 4.ed. – São Paulo, Ágora