quarta-feira, 11 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
O
que sabemos sobre as crianças e seus paninhos?
Aquele paninho ou bichinho
que a maioria das crianças adotam por si próprias principalmente no momento de
dormir e que são na maior parte de seu tempo “companhias” inseparáveis, tem
grande efeito terapêutico para o bebê, especialmente até seu primeiro ano de
vida, e é nomeado na Psicologia como objeto transicional. Há muitos anos,
grandes teóricos da Psicanálise Infantil como Donald Winnicott, estudaram
crianças e seus objetos e puderam constatar que este muitas vezes é o grande
responsável por auxiliar o desenvolvimento das primeiras manifestações de
comportamento afetivo da criança. Ele reconforta a criança nos momentos de
solidão e insegurança, proporcionando consolo ou atuam como sedativo. O cheiro
e textura são elementos essenciais, e que ninguém se atreva a lavá-los ou
deixar em casa quando se sai, pois para o eu imaturo da criança esta condição
de chupar ou abraçar o objeto é uma forma de auto expressão e de sentido de
realidade, que dá a oportunidade de relacionamento humano, e pode muitas vezes
ser um substituto emocionalmente saudável da figura materna, quando esta mãe e
bebê precisam estar separados momentaneamente. (WINNICOTT, 1999).
E quando a criança
está maior, e leva para a escola o objeto, é como se estivesse levando um “pedaço” de seu relacionamento com a mãe que
data do tempo de sua dependência infantil, do tempo de bebê. Porém quando as
ansiedades a respeito de ir para a escola se resolvem, a criança estará então
apta a renunciar à companhia desse objeto e à necessidade de levá-lo sempre
consigo, trocando-o agora por um carrinho, uma boneca, pelas atividades lúdicas
da escola e a medida que vão adquirindo confiança, renunciam usualmente a estas
coisas. Em todo caso, as crianças costumam sempre chupar o polegar e roer as
unhas, se estiverem enfrentando dificuldades. (WINNICOTT, 1999).
Ainda segundo o autor,
recomenda-se respeitar o objeto e deixá-lo desintegrar-se por si só, por ser
uma herança de afeto da criança pela família e quando a necessidade deste
objeto não passar, os pais devem contar com o apoio da escola para aos poucos
estimular a troca do objeto por atividades ricas em cultura, apropriadas a sua
idade escolar.
Fonte:
Winnicott, Donald W. (1999). Conversando com os Pais. 2ª ed – São Paulo,
Martins Fontes
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