OBESIDADE INFANTIL
Fome de afeto
As causas da obesidade infantil estão
principalmente relacionadas aos erros nos hábitos alimentares associados à
falta ou ausência de exercícios e aos fatores genéticos mas também a fatores
psicológicos e de personalidade.
Uma pesquisa de mestrado realizada pela USP
mostra que crianças que comem demais “introjetam” mais do que alimento, elas
colocam “para dentro” o afeto materno que não tem, a necessidade de apoio do
meio que não conseguem encontrar, preenchendo assim um possível “vazio
emocional”, buscando manter alguma coisa “boa” dentro de si.
Crianças que sofrem abuso físico ou
psicológico e também bullyng e situações
de perdas pessoais demonstraram maior compulsão alimentar e obesidade.
Assim, crianças obesas depreciam-se com frequência, podendo ter a autoimagem distorcida podendo
até desenvolver sintomas depressivos e de ansiedade relevantes para a saúde
mental rebaixando sua qualidade de vida.
O
que os pais podem fazer?
A psicoterapia torna-se essencial para
tratar estes quadros emocionais, juntamente com médicos e nutricionistas,
mas a prevenção é fundamental.
Crianças que apresentam os sintomas a
seguir podem estar pertencendo a um grupo de risco: se sofreram perdas
traumáticas recentes, situações de violência, e /ou começam a demonstrar
voracidade alimentar, tristeza,
dificuldade de se relacionar, falta de
interesse por esportes associado ao ganho de peso gradual devem buscar auxílio
ainda num estágio inicial. Pais devem ajudar a criança a manter uma alimentação saudável, estimular os exercícios físicos e ao ar livre.
COMPULSÃO
ALIMENTAR, ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA
Controlando
o descontrole...
Quando
“comer” transforma-se em Transtorno
alimentar
Neste estágio avançado da compulsão alimentar, acometendo mais ainda adolescentes e jovens adultos, temos
quadros graves de Bulimia nervosa e Anorexia nervosa que são alterações do
comportamento alimentar com base afetivo-relacional.
Em
ambos os casos, a comida tem uma forte carga afetiva: “repulsivo e ameaçador”- na anorexia,
e “atrativo e depois repulsivo” na bulimia, que estão comprovadamente ligados
“às situações de tentativa de controle” de uma situação emocional mais
complexa, através do próprio comportamento compulsivo.
Alguns dos sintomas do transtorno quando o
jovem está encaminhando-se para um quadro de anorexia é a perda de peso, seu
filho pode fazer dietas, jejuns e exercícios físicos exagerados recusando
assumir seu peso atual.
Já o bulímico pode comer compulsivamente e
tomar purgativos, diuréticos e provocar vômitos.
É muito comum ver os pacientes com um dos
subtipos de transtorno alimentar limpar o banheiro, esconder a “sujeira”, e sentir imensa culpa
em tentar “controlar seu descontrole”.
Alguns começam a ter problemas (compulsão)
não só com comida mas com bebidas alcoólicas também, tão atrativas e viciantes
pelos efeitos dopaminérgicos provocados.
Neste caso, a intervenção psicoterápica e
medicamentosa é a mais recomendada, para compreender os “gatilhos” que levaram
a desencadear o quadro psicopatológico e ajudar os pacientes a direcionarem e
transformarem estes comportamentos tóxicos em comportamentos criativos,
saudáveis para seu corpo e mente.