domingo, 22 de setembro de 2013

Obesidade e Compulsão alimentar : o verdadeiro vilão pode estar na mente e não na boca...!



OBESIDADE INFANTIL


Fome de afeto

As causas da obesidade infantil estão principalmente relacionadas aos erros nos hábitos alimentares associados à falta ou ausência de exercícios e aos fatores genéticos mas também a fatores psicológicos e de personalidade.

Uma pesquisa de mestrado realizada pela USP mostra que crianças que comem demais “introjetam” mais do que alimento, elas colocam “para dentro” o afeto materno que não tem, a necessidade de apoio do meio que não conseguem encontrar, preenchendo assim um possível “vazio emocional”, buscando manter alguma coisa “boa” dentro de si.

Crianças que sofrem abuso físico ou psicológico e também bullyng  e situações de perdas pessoais demonstraram maior compulsão alimentar e obesidade.

Assim, crianças obesas depreciam-se com frequência, podendo ter a autoimagem distorcida podendo até desenvolver sintomas depressivos e de ansiedade relevantes para a saúde mental rebaixando sua qualidade de vida.

O que os pais podem fazer?

A psicoterapia torna-se essencial para tratar estes quadros emocionais, juntamente com médicos e nutricionistas, mas  a prevenção é fundamental. 

Crianças que apresentam os sintomas a seguir podem estar pertencendo a um grupo de risco: se sofreram perdas traumáticas recentes, situações de violência, e /ou começam a demonstrar voracidade  alimentar, tristeza, dificuldade de se relacionar,  falta de interesse por esportes associado ao ganho de peso gradual devem buscar auxílio ainda num estágio inicial. Pais devem ajudar a criança a manter uma alimentação saudável, estimular os exercícios físicos e ao ar livre.



            COMPULSÃO ALIMENTAR, ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA





                                   Controlando o descontrole...


Quando “comer” transforma-se em  Transtorno alimentar

Neste estágio avançado da compulsão alimentar,  acometendo mais  ainda adolescentes e jovens adultos, temos quadros graves de Bulimia nervosa e Anorexia nervosa que são alterações do comportamento alimentar com base afetivo-relacional.

 Em ambos os casos, a comida tem uma forte carga afetiva: “repulsivo e ameaçador”- na anorexia, e “atrativo e depois repulsivo” na bulimia, que estão comprovadamente ligados “às situações de tentativa de controle” de uma situação emocional mais complexa, através do próprio comportamento compulsivo.

Alguns dos sintomas do transtorno quando o jovem está encaminhando-se para um quadro de anorexia é a perda de peso, seu filho pode fazer dietas, jejuns e exercícios físicos exagerados recusando assumir seu peso atual.

Já o bulímico pode comer compulsivamente e tomar purgativos, diuréticos e provocar vômitos.

É muito comum ver os pacientes com um dos subtipos de transtorno alimentar limpar o banheiro,  esconder a “sujeira”, e sentir imensa culpa em tentar “controlar seu descontrole”.

Alguns começam a ter problemas (compulsão) não só com comida mas com bebidas alcoólicas também, tão atrativas e viciantes pelos efeitos dopaminérgicos provocados.

Neste caso, a intervenção psicoterápica e medicamentosa é a mais recomendada, para compreender os “gatilhos” que levaram a desencadear o quadro psicopatológico e ajudar os pacientes a direcionarem e transformarem estes comportamentos tóxicos em comportamentos criativos, saudáveis para seu corpo e mente.